Fanfics e seus leitores: Conhecendo o universo da Fanbase
- Ana Laura Ferreira
- 20 de jun. de 2022
- 13 min de leitura
Atualizado: 8 de set. de 2022

O acesso à cultura no Brasil é um assunto de debate constante que leva em conta diversos fatores sociais e políticos. A escassez de museus, teatros, cinemas, bibliotecas e demais ambientes que tragam as sete artes até a população brasileira ajuda a agravar o penhasco que separa a elite do resto do país. Sobre esse tema, muito se fala de “democratização da cultura” e projetos que auxiliem o acesso a esse tipo de lazer e conhecimento. O quão incrível seria, então, se tivéssemos à nossa disposição um arsenal de livros gratuitos? Ou se pudéssemos publicar histórias e trazer novos olhares de mundo para a literatura? A questão é que esse Santo Graal já existe e são as fanfics!
As fanfic, ou fanfictions, podem ser traduzidas ao pé da letra como "histórias de fãs”. Elas são a junção do imaginário pré-concebido de filmes, livros, séries, e até mesmo da vida real, que se aliam às ideias e perspectivas de seus admiradores, criando conteúdos totalmente novos. Quem nunca pensou em mudar o final de um filme, ou na continuação de um livro? Isso são fanfics, e elas estão presentes em nosso dia a dia mais do que imaginamos.
A cultura de fã já tomou grandes proporções e hoje influencia diretamente nosso cotidiano, seja no que assistimos, nas músicas que escutamos e até mesmo como nos vestimos. No Brasil, em especial, a cultura de fã chama ainda mais atenção graças a essa “paixão brasileira” tão conhecida mundo afora. Somos reconhecidos mundialmente por nossa dedicação aos nossos ídolos e por embarcarmos de cabeça nos “deveres” de ser fãs. Assim, dentre as diversas consequências que enxergamos, o crescimento das fanfics e sua capacidade de captar novos leitores são alguns dos pontos principais.

Fanart da série de livros Heartstopper, mostra os protagonistas Nick e Charlie (Fanart: @JUPD.ART)
De produções que ficaram famosas por sua origem nessa literatura de fãs, até aqueles que sequer lembramos de terem sido inspiradas em outras obras reconhecidas, o que mais chama atenção quando entramos no assunto fanfics são suas possibilidades de democratização da literatura. Não apenas pela facilidade de acesso a essas histórias, mas principalmente pela simples locomoção do status de leitor para escritor, o mundo das histórias de fãs permite que mais vozes encontrem um lugar de fala e mais pessoas as escutem. E para além de estereótipos que essa, ainda muito nova, vertente literária carrega, as possibilidades de identificação e educação são suas maiores características.
Um Lugar de Aprendizado
Uma das grandes maravilhas do mundo das fanfics é sua facilidade de acesso, seja para a leitura ou para a escrita. A disponibilidade online deste meio ainda muito novo de literatura permite que se tenha uma gama muito maior de autores e leitores dispostos a compartilharem suas histórias e experiências. Essa qualidade que caracteriza uma forma de democratização da cultura já chegou até as escolas e hoje é parte integral da Base Nacional Comum Curricular, a BNCC.
De acordo com o documento governamental que guia as diretrizes escolares de todo o país, as fanfics podem ser usadas como uma forma de incentivo à leitura e à escrita dentro da sala de aula. A aproximação dos alunos com essa forma de literatura fica mais conectada a partir do momento que seus interesses pessoais, como artistas que admiram ou séries e filmes que gostam, se tornam parte daquele exercício. De acordo com a BNCC, é dever das escolas trazer linguagens contemporâneas e novos gêneros para dentro da sala de aula, tornando esse um ambiente mais do que fértil para a disseminação das fanfics.
Entretanto, ao pensar nesse mundo das histórias de fãs, é preciso dar um passo além e compreender como ele influencia novos autores a encontrarem um lugar seguro para contarem suas perspectivas. Plataformas como Wattpad, a mais famosa do nicho, oferecem um lugar gratuito para que esses escritores publiquem suas histórias. É essa facilidade e interação, que beira uma rede social, que traz cada vez mais jovens para o mundo da escrita. Anna Flávia Dias é uma dessas autoras e começou, ainda muito nova, a enxergar nas fanfics uma oportunidade de compartilhar suas criações.
A publicação da fanfic Non-Kisses, que já ultrapassa a marca de 620 mil leituras na plataforma, foi um grande marco na carreira da jovem, que agora se torna uma escritora publicada pela editora Whalien. Sua criação, tão famosa no Wattpad, ganhou uma cara nova e se tornou o livro físico Não-Beijos. Mas entre as maravilhas que se enxergam no mundo da produção de fãs, Anna fala sobre a dificuldade de ser vista como autora fora desse nicho, precisando ser “duas vezes melhor” para receber o reconhecimento que merece.
Ela não é a única a se queixar das dificuldades de reconhecimento de seu trabalho pela sociedade. Ainda fechadas em um núcleo muito seleto, as fanfics enfrentam uma batalha diária para serem vistas como uma literatura válida. “Julgam ser algo estranho de se fazer e sem sentido nenhum [...], ‘Isso não é escrever, isso é estranho, é copiar a ideia de outra pessoa’ a gente escuta”, relatou outra autora de fanfics e AUs. Preferindo não se identificar, ela explica como é difícil fazer com que aqueles de fora da comunidade entendam o valor cultural e social deste tipo de história.

A autora da aclamada fanfic Aruna, Gabe S. Cristina, chama a atenção para um aspecto muitas vezes esquecido nas histórias de fãs, que é o desenvolvimento do produto final. Segundo Gabe, a valorização do autor de fanfics deve ir além de apenas suas narrativas, mas também levar em conta que essa é uma produção independente. Sem as facilidades que uma editora provê para a publicação de um livro, fica a cargo dos próprios escritores a elaboração das capas de suas criações, diagramação, revisão, divulgação e outras diversas vertentes para que uma história ganhe visibilidade dentro da fanbase.
Ao servir como uma porta de entrada para novos leitores, as fanfics auxiliam no desenvolvimento de quem as lê e dá a oportunidade de aprendizado sobre novas perspectivas de vida, que muitas vezes são barradas pela burocracia editorial. Assim, esse não é apenas um lugar para encontrar jovens talentos, mas uma forma de “lutar contra o preconceito e educar pessoas”, afirma a autora.
Um Lugar de Comunidade
A ideia de comunidade não vem de hoje, mas se alterou drasticamente graças às mudanças promovidas pela tecnologia. Em entrevista, a Doutora em Comunicação e Cultura, Simone Pereira de Sá, afirmou que o que mais nos diferencia do ideal arcaico de comunidade é a falta de delimitação física, que hoje permite que pessoas ao redor do planeta se unam por uma motivação em comum.
Se antes os limites físicos nos restringiam enquanto grupos, hoje eles não existem mais. E é desse desenvolvimento desenfreado de comunidades que surgem os fandoms, também conhecidos como fanbases ou comunidades de fãs. Assim como seu nome já nos indica, um fandom funciona como uma organização de pessoas, de diferentes idades, gêneros e lugares, unidas por um gosto em comum, normalmente voltado ao seu amor por uma série, filme, livro ou artistas em geral.
A propagação das fanbases se tornou febre nos últimos anos, gerando a equivocada ideia de que esse é um fenômeno ainda novo, quando na verdade o amor de fã é algo que nos acompanha há muito tempo. O Brasil é um país mundialmente reconhecido por essa paixão, promovendo campanhas a favor de seus ídolos e esgotando ingressos em minutos apenas para ter um gostinho dessa proximidade. E explorando isso em meio as fanfics tudo fica mais evidente, já que essa é uma forma de literatura que surge do desenvolvimento destas fanbases.

Show com ingressos esgotados do cantor Louis Tomlinson em São Paulo, dia 29 de Maio de 2022 (Foto: Joshua Halling)
A popularização destes grupos de fãs ganhou ainda mais destaque durante a pandemia de COVID-19, decretada em março de 2020. Com o isolamento social estabelecido por todos os lugares do mundo, foram nas fanfics e fanbases que grande parte dos jovens encontraram um lugar propício para externalizar suas ansiedades e encontrarem um pouco de tranquilidade em meio aos ocorridos. De acordo com a pesquisa realizada em 2021* para o desenvolvimento desta matéria, com 354 membros dessa comunidade via Twitter, cerca de 78% dos entrevistados afirmaram que a pandemia alterou a forma como eles consomem conteúdos e interagem com suas comunidades de fãs.
Além disso, 45% deles dizem só terem entrado em seus atuais fandoms por causa do isolamento social. Segundo a autora Anna Flávia Dias, a situação alarmante da pandemia promoveu uma “volta para o fandom”, dando possibilidade aos leitores e escritores de fanfics de se dedicarem mais a sua leitura, escrita e participação dentro de seus grupos. Relatos como o de Anna se tornaram comuns dentro das comunidades, especialmente por aqueles que usaram de tais artifícios como uma válvula de escape em meio da situação pandêmica.
“É uma sensação de segurança em meio ao caos que vivemos” – Fonte Anônima
Foi dessa necessidade de união que muitos projetos de incentivo à escrita surgiram durante esse período. Entre eles, o Projeto Escrita Brasileira (PEB) diz que através das fanfics eles conseguiram promover o acolhimento de inúmeras pessoas, ajudando em um momento difícil e também contribuindo para a saúde mental de quem está por trás do projeto. Sem se restringirem a um único fandom, o PEB, assim como tantos outros, foca em desenvolver um lugar fértil para disseminar diferentes formas de literatura e promover os sensos de “comunidade e acolhimento para quem lê e escreve no nosso país”.
Um Lugar Seguro
Para a realização dessa grande reportagem, foram entrevistadas 13 diferentes fontes, com diferentes pontos de vista sobre o mundo das fanfics e também diferentes vivências, de leitores a autores, além de especialistas. Entretanto, mesmo com perspectivas tão distintas, um gancho se tornou comum entre todas as conversas, a possibilidade de identificação com outras pessoas dentro dessa comunidade.
“Posso me sentir e ser eu mesma”, essa é a fala de Maria Beatriz Frigieri, autora e leitora de fanfics que introduziu esse assunto entre as pautas aqui mostradas. De acordo com a escritora, foi dentro da comunidade que ela pôde não apenas desenvolver suas habilidades de escrita, mas se sentir segura para compartilhar aspectos de sua vida que até então mantinha para si. Esse processo se repete com milhares de outras pessoas da comunidade.
De acordo com pesquisas realizadas durante o ano de 2021* para a realização dessa reportagem, cerca de 38% daqueles pertencentes à comunidade das fanfics dizem terem feito amizades duradouras graças ao fandom, e um valor muito parecido, de 32, 8%, afirmam que essa participação constante tem grande influência positiva em suas vidas fora da internet. Contudo, mesmo que dentro da comunidade seja estabelecido um lugar seguro, fora dela as coisas são diferentes, já que 70,5% dos entrevistados dizem que nem sempre se sentem confortáveis para compartilhar suas vivências e experiências de dentro da fanbase com aqueles fora dela. E cerca de 20,9% deles deixam claro que nunca se sentem confortáveis com esse assunto.

Parte dos tabus que envolvem o tema da fanbase são esclarecidos pela Sociologia ao olhar mais de perto para o fenômeno da cultura de fã. É de conhecimento, graças aos estudos feitos na área, que as produções feitas por fãs e para fãs ganham uma carga pejorativa por sua origem, sendo consideradas inferiores ou de má qualidade por conta de tais estereótipos. Isso contribui para que cada vez mais a comunidade das fanfics crie uma bolha protetora ao seu entorno, dificultando que esse tipo de literatura se espalhe para fora do fandom.
Outro ponto que precisa ser levado em conta é a perspectiva de quem está inserido nessas comunidades. As fanbases, em especial das fanfics, possuem um volume majoritário de mulheres e pessoas da comunidade LGBTQIA+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros/ Travestis, Queer, Intersexuais, Assexuais +) que, historicamente falando, já vivem em uma luta diária para serem ouvidos e respeitados. Graças a essa situação social, as produções feitas pela comunidade acabam por também serem diminuídas por tal carga pejorativa. Mas se no mundo real as coisas ainda não são justas e igualitárias, é nas fanfics que muitas destas pessoas encontram conforto. Como a autora Maria Beatriz afirma, esse é “um lugar seguro”.
Porém, é claro que nem tudo seriam mil maravilhas. Com a grande ascensão da chamada cultura do cancelamento, esse novo e perigoso posicionamento também começou a surgir dentro da fanbase. Cada vez mais, haters que se protegem no anonimato da internet se sentem no direito de espalharem ódio sem olhar a quem. Contas chamadas de exposed surgem com grande frequência para supostamente delatar ocorridos, que na maioria das vezes fogem do controle de modo a, ao invés de propagar informações na tentativa de diminuir os preconceitos por meio da educação, apenas fomentam ainda mais essa fogueira do ódio.
“É fácil fazer amizade dentro de um fandom, mas também é fácil brigar e é preciso um pouco de paciência e maturidade” – Fonte Anônima
Um Lugar de Estereótipos
Entrar no mundo das fanfics é uma faca de dois gumes. Se por um lado temos a praticidade e democracia literária na palma de nossas mãos, por outro temos o massivo preconceito social contra esse tipo de leitura. É a Doutora em Comunicação e Cultura Simone Pereira de Sá que introduz o entendimento dessa dicotomia entre benefícios e malefícios das fanfics. De acordo com Simone, vivemos ainda em um mundo no qual o amadorismo é visto com algo negativo pela sociedade.
As justificativas de tais pensamentos tem um passado muito mais distante do que se pode imaginar em um primeiro momento, e se apoiam no modelo econômico do capitalismo que privilegia a educação formal. Essa “briga” entre alta e baixa cultura não é uma exclusividade das produções de fãs, muito pelo contrário se espalha por quase todos os produtos culturais, como é o caso da desvalorização de gêneros musicais periféricos como o funk e o samba. Assim, a ideia que a comunicadora nos explica é que, aos olhos da sociedade, quanto mais distante e difícil o acesso, mais valorizada é a produção.
“Tem que ser difícil para ser bom” – Simone Pereira de Sá, Doutora em Comunicação e Cultura
Entretanto, podemos pensar em como esses exemplos músicais que demos acima estão começando a ganhar espaço com um movimento natural. Assim como aconteceu com os primórdios da televisão, que era considerada um produto inferior aos mais populares veículos da época, em especial ao cinema, em poucos anos sua popularização fez com que ela ganhasse um lugar privilegiado entre os meios de comunicação. Do mesmo modo, o samba, ainda que com ressalvas sociais, também se instaurou como um produto cultural respeitado, caminho esse que agora o funk começa a trilhar.
Dessa maneira, as fanfics e demais produções de fãs seguem para a mesma direção. Sendo consideradas um produto cultural ainda muito novo no mercado, passamos primeiramente por um processo social de adaptação a esse novo tipo de produção, que com o tempo tende a ganhar seu lugar. Mais um destaque que damos a esse movimento é a implementação e popularização dos e-books em todo mundo. O que em um primeiro momento foi chamado de “fim das livrarias e bibliotecas” na verdade só acabou por fomentar o consumo literário, de modo que em 2021 a compra de livros em território nacional teve um aumento de 30% em suas vendas, segundo Painel do Varejo de Livros no Brasil.
Mas então nos perguntamos: se esse é um processo natural, por que as barreiras para tornar as fanfics produtos literários socialmente aceitos parecem ser tão difíceis de serem derrubadas? A resposta para isso está no próprio nome dessa produção, especificamente na parte dos “fãs”. Como toda produção cultural, as fanfics também são socialmente julgadas por sua origem e inspirações, que neste caso se apoiam em produções de terceiros e também em uma comunidade específica, o fandom. O grande empecilho nesse caminho é que produções feitas por e para fãs costumam receber um peso negativo maior da sociedade por tais embasamentos.

Fanart do livro Vermelho, Branco e Sangue Azul, mostra os personagens Alex e Henry (Fanart: @JUPD.ART)
Outro ponto do qual muitos autores de fanfics se queixam é das comparações feitas por aqueles que não fazem parte dessa comunidade. São muitos os livros que hoje estão presentes nas bibliotecas e tiveram sua origem no mundo das fanfics. Contudo, entre eles, alguns ganharam mais destaque e se fizeram conhecidos por isso, como é o caso de 50 Tons de Cinza, da autora E. L. James, que foi originalmente uma fanfic de Crepúsculo, saga escrita por Stephenie Meyer. A associação entre fanfics e a produção de James se tornou quase que automática entre o público em geral, e as consequências disso são um pouco mais graves do que se imagina.
As problemáticas que envolvem as histórias de James já são conhecidas, como o abuso psicológico e a normalização de relacionamentos tóxicos, o que pode ser um grande perigo para quem as lê. Porém, com a ampla divulgação e adesão desse conteúdo pela sociedade em geral, o que se criou foi um estereótipo de que todas as fanfics seriam como 50 Tons de Cinza.
A representante do projeto de escrita de fanfics, Fox Project, cita esse assunto como um grande obstáculo no mundo das produções de fãs. De acordo com a fonte, obras como a de James, e outras representantes como After, de Anna Todd, aumentam os preconceitos com as fanfics e promovem o pensamento de que "todas [as produções de fãs] são desse jeito”. A justificativa que o projeto usa para contornar esse argumento negativo é explicar para aqueles de fora do fandom que, assim como em qualquer tipo de produção cultural, as fanfics também apresentam uma grande diversidade de gêneros e histórias, possibilitando que caso queira encontrar algo nos parâmetros de James e Todd seja possível, assim como outros tipo de conteúdo, funcionando similarmente a um catálogo da Netflix.
“Você encontra o que quiser, basta filtrar” – Representante do Fox Project
Dessa maneira, as fanfics representam um produto literário ainda muito novo e em plena criação, mas, como qualquer outro recém nascido, é sua jovialidade que abre espaço para criações mais dinâmicas e inclusivas. Assim, a maneira mais simples de combater tais estereótipos pejorativos e acelerar o processo de adesão dessas produções pela sociedade é falando sobre o assunto e abrindo espaços para que mais pessoas conheçam o que são as fanfics de verdade, e não apenas os conceitos pré-concebidos dessas produções, explica Simone.
Um Lugar de Descobertas
Estar dentro do mundo das fanfics é uma oportunidade que ainda são poucos que apreciam. Para além de questões literárias, como o acesso a produções gratuitas, o grande pote de ouro desse universo é a formação de uma comunidade que enxerga e faz questão de dar lugar à fala das minorias pouco representadas na cultura. Quantos autores negros você tem na sua estante? Quantas pessoas LGBTQIA+? Quantas mulheres? Quantas histórias ou autores trans? Esse foi o questionamento feito pela representante do Fox Project durante a entrevista, e que chama atenção para a privação não apenas do acesso, mas também da representação da diversidade na literatura.
As produções de fãs, em geral, acabam por serem renegadas e “jogadas para baixo do tapete” pela cultura elitista, quando são elas que fazem a grande diferença no mundo. A representação e a multiplicidade de histórias promove o respeito e a educação para que, cada vez mais, os estereótipos caiam por terra. E se é através de personagens pré-criados, ou de personalidades famosas, que os os fãs encontraram um caminho de se fazerem ser vistos e ouvidos, então cabe a nós, como sociedade, dar amparo para que cada vez mais pessoas possam vê-los e escutá-los em alto e bom som.
*A pesquisa veiculada para a coleta de dados aconteceu entre os dias 10 de setembro de 2021 e 10 de outubro de 2021 via Google Forms e coletou um total de 354 respostas.
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